Portugal conquista o ouro olímpico em madison em Paris

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O ciclismo português entrou diretamente no Olimpo na estreia do madison nacional em Jogos Olímpicos. Iúri Leitão e Rui Oliveira conquistaram a medalha de ouro na prova disputada, na tarde deste sábado, em Saint-Quentin-en-Yvelines.

A tática portuguesa costuma ser esperar pela segunda metade da corrida para fazer a diferença. No entanto, logo a 165 voltas do final- teve 200, no total – os portugueses atacaram e tentaram surpreender.

Houve resposta do pelotão e a dupla nacional não conseguiu a dobragem ao pelotão. Mas o ataque rendeu oito pontos em sprints. A partir daí a equipa portuguesa foi passando incógnita no pelotão, numa estratégia pensada, até para surpreender os adversários na fase mais adiantada da corrida.

A estratégia foi levada ao limite. Se é comum os portugueses atacarem no início da segunda metade da corrida, desta vez guardaram-se para o último quarto da prova. “Temos de nos lembrar que toda a gente quer vencer a corrida e tem muita energia para gastar. Quando há ataques de equipas fortes, não temos de ser nós a responder. Vamos deixá-los matar-se e depois arrancamos”, explicou Iúri Leitão, após a corrida.

Nas derradeiras 50 voltas, Portugal ganhou quatro dos cinco sprints pontuáveis e ainda dobrou o pelotão. Ou seja, nesse período, quando os rivais estavam já profundamente desgastados, os portugueses somaram 47 dos 55 pontos com que terminaram a corrida.

Os italianos Elia Viviani e Simone Consonni, que comandaram a classificação durante grande parte da corrida, ficaram com a medalha de prata, com 47 pontos. Os dinamarqueses Niklas Larsen e Michael Morkov fecharam o pódio, com 41 pontos.

Os dois corredores, assim como o selecionador nacional, Gabriel Mendes, reagiram ao feito, ajudando-nos a compreender o resultado. “Se ainda não consegui digerir a medalha de quinta-feira, esta muito menos. Senti-me vazio após o primeiro arranque. A nossa paciência costuma ser um dos nossos pontos fortes, costumamos surpreender os adversários no final. São tantos anos de esforço, são tantos dias maus – quem faz desporto sabe que são 95 por cento de dias mais para cinco por cento de dias bons – depois de tantos dias complicados, chegar aqui parece impossível. Ainda não sei bem se estou a sonhar ou se estou acordado”, disse Iúri Leitão.

Rui Oliveira considera que Portugal “não estava no top 7 das seleções favoritas. Arriscámos nas últimas 50 voltas e a últimas 30 foram nossas. Há duas semanas fizemos um treino de simulação no Velódromo Nacional, 200 voltas atrás de mota, com as últimas 25 sozinhos. Foi tal e qual. Eram duas voltas ‘à morte’, descansar e outra vez no máximo. Hoje, nas últimas sete voltas, pensei que estava a viver um sonho”, revelou Oliveira.

Gabriel Mendes destacou o trabalho feito ao longo do tempo. “O processo de trabalho trouxe-nos até hoje. A equipa foi sempre a evoluir. O que fizemos aqui hoje foi maravilhoso. Chegámos ao topo. Sabia que tinha homens que podiam lutar pela corrida. A nossa filosofia é dar aos atletas competências para que possam aplicar na corrida. Na reunião de ontem, não saiu plano rígido, mas sim flexível. Eles aplicaram de forma exímia. Nas últimas 20 voltas acreditei que ganharíamos a medalha de ouro”, confessou o selecionador nacional.

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